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O Universo da Educação a Distância no Brasil

No Seminário Internacional da Universidade no Século XXI, realizado em novembro de 2003 em Brasília (DF), foram elencadas algumas diretrizes para uma nova Universidade, dentre elas destaco a seguinte, “Utilizar a tecnologia, redes de informação, dados digitalizados e educação distância como meios facilitadores da transmissão, difusão e acesso ao conhecimento”, trata-se de um objetivo que viria a nortear as ações futuras das Instituições de Ensino Superior (IES) no país. Naquele momento, os números do EAD na graduação não eram maiores do que os da educação de jovens e adultos nos níveis fundamental e médio no EAD, mas este quadro estava prestes a ser alterado. Segundo o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância (ABRAEAD), no ano de 2004 eram 166 Instituições autorizadas ou credenciadas pelo Ministério da Educação (MEC) para a prática do EAD oferecendo um total de 382 cursos de graduação ou pós-graduação. Em 2005, seriam 217 Instituições e um total de 467 cursos, contando com 300.826 alunos, um número expressivo, porém ainda muito distante de suprir a atual demanda existente em nossa nação. Segundo dados do IBGE (2006), no Brasil existem 5,88 milhões de pessoas matriculadas no ensino superior, se comparamos este número com a estimativa do total da população brasileira em 2007, algo em torno de 188 milhões, veremos que aproximadamente 3,1% da população está matriculada em um curso superior atualmente, nos Estados Unidos esta taxa é de 5,8%[1], 17,5 milhões em uma população de 300 milhões (estimativa 2007). Para que nosso país atinja um índice semelhante, teríamos de aumentar nosso número de matriculados para 10,9 milhões, um montante elevado, que para ser atingido demanda um planejamento detalhado e um investimento na área da educação que atualmente o Estado brasileiro não possui. A criação de novas Faculdades e Universidades, a ampliação de vagas nas já existentes, requer um processo social e político demorado, mas nosso déficit educacional é presente. Dentro deste cenário de urgência que vive a educação no Brasil o EAD pode servir como um grande instrumento para a democratização do ensino superior, e seu valor já pode ser mensurado atualmente. Levando-se em conta todos os níveis de ensino, no ano de 2004 haviam 309.957 alunos matriculados no sistema de EAD nacional, em 2005 este número era de 504.204, um crescimento de 62%, já em 2006 ele passou a 778.458 alunos, aumento de 54% em relação a 2005 (ABRAEAD, 2005 e 2006). Este crescimento é uma evidência de que existe no país um enorme contingente de pessoas atrás de qualificação profissional, esta população deseja cursar um curso superior, mas encontra diversas barreiras para concretizar seu objetivo. A ausência de uma IES próxima à residência e os custos financeiros relacionados com os cursos são comumente apontados como grandes empecilhos para o ingresso dos indivíduos no ensino superior. O EAD possui um grande potencial de crescimento no país justamente por estes dois fatores, ele propicia que sejam instalados núcleos de formação até mesmo em regiões remotas e o custo financeiro dos cursos ofertados regularmente são mais baixos que os verificados no ensino presencial. Estas duas potencialidades do EAD somente são possíveis em razão da utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC) hoje existentes.
Nota [1] Dado obtido por meio de cruzamento de informações obtidas no site: http://www.embaixadaamericana.org.br/