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Recursos Midiáticos de Imagem a Serviço da EAD

Dentre as tecnologias de comunicação desenvolvidas durante o século XX, a televisão é porventura a que mais gerou impacto sobre a sociedade. Criada na década de 1920 este sistema somente foi trazido para o Brasil no final da década de 1940, passando a ser explorada comercialmente na década seguinte. Na área educacional uma das iniciativas pioneiras da utilização da TV aberta como meio de formação estudantil foi o Telecurso 2º Grau em 1978. Desenvolvido pela Fundação Roberto Marinho em parceria com a TV Cultura, o método consistia na exibição de aulas multidisciplinares que eram acompanhas com o auxílio de material de apoio, pelos alunos em suas próprias casas. O projeto era voltado para pessoas acima dos 21 anos que desejavam realizar um supletivo para a conclusão do 2º, e contava com a transmissão das aulas por 39 retransmissoras comerciais e 9 educativas, ele teve uma ótima acolhida da sociedade, tanto que em 1981 a Fundação Roberto Marinho estabeleceu uma nova parceria com o MEC, para disponibilizar o curso supletivo também para a 5ª à 8ª série do ensino fundamental. Em 1995 foi criado o Telecurso 2000, um aperfeiçoamento dos Telecursos 1º e 2º Grau, que além da Fundação contava com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Em 1998 o MEC associa-se às duas instituições para a criação do projeto Telessalas 2000, que com o aporte financeiro do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), propiciou a implantação de pelo menos 600 telessalas em estados do sudeste e da Amazônia Legal. Nas telessalas do projeto, a responsabilidade do aprendizado não estava somente sobre os alunos, ela passou a ser dividida com um Orientador, que os acompanhava durante as aulas e discutia com eles os assuntos abordados nas aulas do programa. Outra grande iniciativa foi a TV Escola, criado em 1996 pelo MEC, contava com um canal televisivo próprio e era voltado para o aperfeiçoamento dos professores do ensino fundamental da rede pública. Ele se tornou o maior projeto de capacitação dos professores no país, com a distribuição de televisores, videocassetes, antenas parabólicas e fitas de vídeo, para algo em torno de 56.800 escolas da rede pública no país. No início dos anos 2000, as IES privadas passaram a investir com maior vigor no EAD, isto propiciou que algumas delas adquirissem espaços via satélite (SAT) para a transmissão de imagem e áudio. Aulas SAT são uns dos instrumentos mais atrativos para os alunos, por permitir que eles assistam e em muitos casos interajam com os professores que ministram o conteúdo, porém, esta forma de EAD possivelmente é a mais dispendiosa para as instituições. O gasto mais elevado é com o aluguel do canal, mas também é necessário investir em infra-estrutura para geração de conteúdo a ser transmitido, como a aquisição, aluguel ou comodato de sistema de telecomunicações, de câmeras, equipamentos de edição, entre outros recursos. Há ainda, a necessidade de se criar condições adequadas para a recepção do sinal nos pólos onde se encontram os alunos, e de criar um ambiente confortável para que estes possam assistir às aulas. Estes custos geralmente correm por conta dos administradores dos pólos, mas também oneram o processo como um todo. O elevado investimento exigido para a utilização da TV como um recurso dentro da EAD, não permite que muitas IES disponham deste serviço, em 2005 apenas 26 Instituições, ou 26,5% do total (ABRAED, 2006, p. 78), utilizavam a televisão como instrumental pedagógico. O uso da TV dentro do EAD convencional com sinal aberto é geralmente formatado como um sistema de via única, no qual não há interação entre os participantes, já as IES têm optado por uma variação deste sistema, que permite a interação dos envolvidos por meio de uma outra tecnologia auxiliar, como o telefone e a Internet (Chat). Desta forma os alunos podem enviar em tempo real suas dúvidas e comentários para os professores que estão ministrando as aulas, esta possibilidade tornam as aulas mais produtivas, pois os assuntos nelas abordados não ficam circunscritos ao material elaborado pelos professores. A videoconferência é outro recurso de imagem utilizado no EAD, seu uso tem crescido nos últimos anos e já se equipara ao da TV, segundo a ABRAED em 2005 o número de instituições que dispunham deste instrumento era de 25, ou 25,5% do total. Por se tratar de uma forma de comunicação de via dupla (bidirecional) que permite a interação entre os participantes em salas distantes, desde que nelas haja equipamentos como câmeras, monitores, microfones, etc., que possibilitem tal conexão (SANTOS & RODRIGUES, 1999, p. 14), a videoconferência é um meio tão ou mais atrativo para os alunos quanto a televisão. Somente a concepção de que o professor pode ver o aluno quando este faz uma interação, reveste a videoconferência de um apelo didático semelhante ao existente no ensino presencial. Mas ela possui algumas limitações, como a TV, o custo da implantação de um amplo sistema de videoconferência é elevado, outro fator limitador é a necessidade de uma boa conexão para que o sinal seja transmitido com qualidade. Outros meios de imagem empregados no EAD, como o vídeo, o DVD e o CD-ROM, são mais baratos, e por esta razão, mais utilizados. No ano de 2005, eram 42 instituições que disponibilizavam as aulas em CD-ROM, 41 em vídeo e 27 as que o faziam por meio do DVD (ABRAED, 2006, p. 78). O material nestes casos é enviado para os alunos pelo correio, por esta razão são uma forma de distribuição de conteúdo mais lenta que a TV e a videoconferência, contudo eles permitem uma maior flexibilidade aos alunos, que podem assistir às aulas nos horários e nos lugares que lhes forem mais oportunos. Referências ANUÁRIO BRASILEIRO ESTATÍSTICO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA 2006, 1ª. ed.,São Paulo: Instituto Monitor, 2006. . Disponível em: . Acesso em: 10 out. 2007. SANTOS, E. T.; RODRIGUES, M.. Educação a Distância: Conceitos, Tecnologias, Constatações, Presunções e Recomendações. São Paulo. EPUSP, 1999.